Sociologia do diagnóstico

O workshop “Sociologia do Diagnóstico: conceitos e aplicações” será realizado neste mês de abril (25 a 27) no Instituto de Biomedicina da Universidade Federal Fluminense, em parceria com a Universidade de Exeter da Inglaterra.

Tenho a satisfação de ser um dos palestrantes com o tema “A representação social do diagnóstico: impacto, medos e tabus”.

Haverá a participação de cientistas de diferentes países e de familiares de pessoas com doenças raras e doenças genéticas.

O workshop tem como um de seus objetivos a realização de um documento participativo entre os presentes. 

Acredito que a temática seja interessante para todas as pessoas que estão envolvidas com as doenças raras e as genéticas. 


As pessoas interessadas podem encontrar mais informações e a ficha de inscrição aqui.

Abaixo, um texto preliminar enviado pelo doutorando Rogério Lima Barbosa.

Sociologia do Diagnóstico 

Em 1978, Mildred Blaxter chamou a atenção dos cientistas sociais para prestarem mais atenção ao diagnóstico médico, tanto como uma categoria quanto como um processo. Mais de trinta anos mais tarde, ela publicou um trabalho autobiográfico que refletiu criticamente sobre o caminho do diagnóstico que levou à identificação de seu próprio câncer, (Blaxter, 2009). 

Suas percepções sobre as nuances dos processos dos diagnósticos dentro do sistema de saúde fornecem pistas importantes para as áreas que exigem atenção em relação ao diagnóstico. Apesar de seu chamado anterior, e seu eco subsequente, através do trabalho de Phil Brown (1995), é só muito recentemente que a sociologia do diagnóstico finalmente começou a tomar forma e despertar o interesse. 

Jutel (2009) publicou um artigo de revisão e elaborou os argumentos em seu livro Putting a Name to it: Diagnosis in Contemporary Society (2011). Com Nettleton, ela editou uma edição especial das Ciências Sociais e Medicina intitulada “A Sociology of Diagnosis” (Jutel e Nettleton, 2011), que atraiu várias dezenas de submissões. 

Embora subjacente à sociologia médica, este subcampo baseia-se em campos de estudo relacionados, incluindo os estudos de ciência e tecnologia, antropologia médica, sociologia organizacional, política de saúde, economia, bioética e debates políticos sobre novos movimentos sociais. A perspectiva da sociologia do diagnóstico pode trazer importantes contribuições para o atendimento pela atenção primária e a própria implantação do SUS, no Brasil. 


Por isso, esse workshop possui não somente apresentar a perspectiva teórica da temática como, também, conseguir contribuições das pessoas participantes em um processo onde a teoria e prática se entrelaçam para construção de algo que possa trazer benefícios concretos para os usuários do SUS. 

Coordenação:
Profa. Dra. Jacqueline de Souza Gomes
Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense. Membro Permanente do Programa de Pós-graduação em Ensino da UFF. Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos, 
Ética Aplicada e Educação. Pós doutora em Bioética pelo PPGBIOS. Doutora em Filosofia pela UFRJ.
Email: jsgomes@id.uff.br

e

Profa. Dra. Susan Kely
Professora do Centre for Genomics in Society (Egenis)/ University of Exeter Diretora dos estudos de Pós-Graduação do Departamento de Sociologia, Filosofia e Antropologia da Universidade de Exeter/Inglaterra

Email: s.e.kelly@exeter.a.uk