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Existe alguma relação da Neurofibromatose com a doença Púrpura trombocitopênica idiopática? LIS, de Cataguases, MG.




Cara L, obrigado pela sua pergunta, a qual dará oportunidade para discutirmos algumas questões importantes sobre problemas hematológicos na NF1.
De início, vou adiantar que não existe uma relação estabelecida entre a púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) e as neurofibromatoses de um modo geral.
Aproveitando que você tocou no assunto dos problemas de coagulação, cerca de 1% das crianças com NF1 (mas não dos adultos com NF1) apresenta aumento das células sanguíneas, inclusive em suas formas malignas chamadas de leucemias.

Os tipos de doenças hematológicas mais comuns nesta pequena proporção de crianças com NF1 são as seguintes: Leucemia Mielomonocítica Juvenil (até recentemente conhecida como leucemia mieloide crônica juvenil), Síndrome Monossômica 7, Leucemia Linfoblástica Aguda e Linfoma Não-Hodgkin. 
Além disso, as crianças com NF1 apresentam maior chance de uma lesão cutânea amarelada chamada xantogranuloma juvenil, sobre a qual havia uma suspeita, não confirmada, de estar relacionada com maior incidência de leucemia.

Também ainda não sabemos o significado clínico do aumento moderado do baço que encontramos em algumas pessoas com NF1, sem outras manifestações clínicas relacionadas à coagulação e às células sanguíneas.

Considerando, portanto, este risco de cerca de 1% de leucemias em crianças com NF1, os controles periódicos devem incluir um hemograma completo para o acompanhamento clínico adequado.
Finalizando a resposta à sua pergunta, a púrpura (PTI) é uma doença na qual a coagulação do sangue está prejudicada. 
Geralmente, a PTI aparece com sangramentos na pele ou nasais e afeta 1 em cada 10 mil pessoas, e é mais comum na vida adulta e em mulheres do que em homens.
Na PTI, o organismo produz anticorpos contra as plaquetas (forma adquirida), causando a sua destruição, ou falta um fator de coagulação (forma genética) que causa as hemorragias. A gravidade da PTI varia muito entre as pessoas, pois geralmente é benigna na infância, mas precisa de tratamento na vida adulta, o que deve ser feito por médico (a) com experiência na doença.