Sem o apoio da Universidade, não teremos mais o Centro de Referência em Neurofibromatoses
O Centro de Referência em Neurofibromatoses do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais existe há 15 anos e atende a mais de 1300 famílias com NF.
Neste período realizamos milhares de atendimentos médicos e cursos de capacitação para médicos de diversas especialidades, nutricionistas, fonoaudiólogas e professores de Educação Física.
Além disso realizamos pesquisas científicas reconhecidas internacionalmente e formamos mestres e doutores para darem continuidade ao nosso trabalho.
Tudo isso tem sido possível porque a Universidade Federal de Minas Gerais nos acolheu, nos apoiou e forneceu a infraestrutura, enquanto órgãos de pesquisa, como CNPq, CAPES e Fapemig, nos financiaram.
Portanto, dependemos da Universidade Federal de Minas Gerais e junto com ela estamos ameaçados pelo ataque que o governo Bolsonaro vem fazendo às universidades.
Por isso, reproduzimos abaixo o manifesto (adaptado para este blog) dos professores da Universidade Federal de Minas Gerais e o excelente vídeo sobre a instituição.
Nós professores da UFMG estamos compartilhando nossa indignação sobre a forma com que o Ministro da Educação do atual governo tem tratado as instituições públicas de ensino superior.
Com a desculpa de que fazemos “balburdia” e não produzimos, o ministro anunciou corte de 30% das verbas de educação.
Além disso as agências financiadoras de pesquisa já suspenderam as próximas bolsas de iniciação científica, de mestrado e doutorado que iriam se iniciar a partir do mês de abril.
Veja o tamanho do estrago que está prestes a acontecer!
A UFMG tem sido considerada uma das melhores instituições de ensino e pesquisa do país e os índices nacionais e internacionais de avaliação se encontram no site do próprio Ministério da Educação.
Isso graças ao esforço e dedicação de toda a comunidade estudantil, de professores e servidores.
Somente na UFMG são:
33.243 estudantes,
3074 professores e
4700 servidores,
Além de terceirizados como vigilantes, porteiros e faxineiros.
Com tantos estudantes na faixa etária de 18 a 27 anos, lidamos com a diversidade social, de gênero, de raça e de talentos.
Pessoas sem o mínimo conhecimento sobre as universidades têm postado vídeos e informações deturpadas de que os “estudantes universitários só fazem orgia e fumam maconha nas faculdades”.
Claro que temos alunos com sofrimento mental, com vícios e comportamentos variados. Mas consideramos que é nossa responsabilidade o acolhimento e a orientação de todos.
Ao contrário desta vergonhosa mentira, a imensa maioria dos alunos se dedica (e muito) aos estudos com a esperança de prosseguirem em uma carreira profissional, garantirem um futuro digno e darem o retorno à sociedade que mantém as universidades públicas.
Somos muito orgulhosos de nossos alunos, suas batalhas e histórias de superação. Trabalhamos juntos com eles em projetos de ensino, pesquisa, extensão. Acompanhamos cada sucesso, cada vitória.
Temos orgulho de servir à população brasileira de forma construtiva e pacífica.
É preciso combater essa difamação improcedente que temos recebido, inclusive de pessoas do próprio governo.
Somos contra os cortes e a perseguição às universidades brasileiras.
Convidamos a todos que busquem por meio de fontes confiáveis os dados de produção e a qualidade de nosso trabalho.
Veja a seguir um vídeo com o verdadeiro retrato da UFMG.
Clique aqui para ver o vídeo sobre a UFMG
São algumas coisas que fazemos!
São diversas, muitas e necessárias a todos!
Vejam também:
Em entrevista ao portal UOL publicada neste sábado, 11 de maio, o reitor Reinaldo Centoducatte – reitor da Ufes e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) – afirmou que, nos últimos dias, a associação se dedicou a construir um “mapa dos cortes”, no qual contabiliza os impactos que o contingenciamento de recursos anunciado pelo Ministério da Educação vai provocar em cada universidade.
O levantamento também será usado em uma reunião com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, marcada para 16 de maio. O reitor destacou: “Falta informação sobre a produção das universidades. E isso nós vamos tentar apresentar para ele”.
Sobre a afirmação do ministro de que “a universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo”, o reitor rebateu: “Quero que mostrem isso”.
Leia a entrevista na íntegra em https://educacao.uol.com.br/