Redes sociais e NF1
Opinião pessoal
Tenho observado que muitas crianças e adolescentes com NF1 usam celulares e redes sociais por muitas horas todos os dias e de forma pouco controlada pelas mães e pelos pais.
O uso de celulares e redes sociais são muito perigosos para crianças e adolescentes (ver aqui informações científicas sobre isso): eles e elas estão adoecendo mentalmente, com mais angústia, ansiedade, agressividade, depressão, automutilação e tentativas de suicídio.
Ainda não há estudos científicos sobre celulares e redes sociais em crianças com NF1, mas já sabemos as crianças e adolescentes com NF1 apresentam mais ansiedade, baixa autoestima, isolamento social e depressão do que as crianças sem NF1.
Assim, o bom senso nos faz tomar mais cuidado ainda com os celulares nas mãos das crianças com NF1.
Série Adolescência
Para compreender melhor a profundidade do problema, recomendo que vejam a série da Netflix “Adolescência”, que mostra o impacto das redes sociais sobre o comportamento de um menino, um garoto comum, numa sociedade machista.
Entre as várias questões importantes despertadas pela série, uma delas poderia ser a falta de modelos de masculinidade não-machista para as novas gerações.
Mesmo nós, os que tentam desconstruir o machismo estrutural no qual fomos constituídos como homens, ainda não somos exemplos do novo homem.
Além disso, pode ser que ainda não haja muitos homens desprovidos dos valores machistas na atual sociedade capitalista, que funciona às custas da meritocracia e das desigualdades estruturadas em gênero, raças e fronteiras.
Mas provavelmente seria mais inspirador para meninos e adolescentes se eles tivessem mais exemplos de homens não-machistas para se espelharem do que somente serem estimulados a não se comportar como os machões atuais.
Então, como seriam estes exemplos dos novos homens?
Numa conversa, Dra. Luíza de Oliveira Rodrigues e eu ficamos imaginando que este novo homem poderia ser alguém que, por exemplo:
– Considera o trabalho de reprodução da vida o mais importante
– Escuta e não só fala
– Nunca usa da sua força para impor sua vontade
– Sabe que é mortal e reconhece o valor da própria vida e da vida das outras pessoas
– Busca amar e ser amado e não o poder ou status
– Aprende que não existe bem estar próprio sem a participação das outras pessoas
– Descobre que a competição é solidão e a cooperação é encontro
Com isso, esse “novo homem” seria uma pessoa solidária, empática e respeitosa para com todas as demais.
Mas, veja só! – estas qualidades não são exclusivas de qualquer sexo ou gênero.
São as qualidades humanas fundamentais.
Uma sociedade baseada nestes valores será igualitária em termos de gênero.
Viva!
PS: Se desejar, mais informações sobre este tema veja aqui Mania de músculos e aqui Precisamos de mais professores homens professores no ensino básico