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… sou sua leitora assídua. Gostaria de saber o significado deste resultado sobre NF1, se é leve ou grave, pois os médicos não souberam dizer.
A avaliação demonstrou 3 alterações no gene NF1, mas apenas a mutação c.4832G sinal de menor T (p.R16111.) é patogênica, pois as outras duas alterações estão presentes nos pais, sendo benignas. Minha dúvida é (se) essa mutação é maligna? AICCM, de São Caetano, SP.
Cara A, obrigado por estar acompanhando o blog, pois acredito que a solução para nossa dificuldade de conhecimento dos profissionais sobre as NF é a divulgação de informações e a organização das famílias de pessoas com neurofibromatoses.
Não sou especialista em genética, mas sim clínico geral, e por isso pedi a ajuda do biólogo Frederico Scott Varella Malta, do setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Laboratório Hermes Pardini, com quem estou desenvolvendo uma pesquisa sobre a análise genética na NF1 e enviei a ele sua mensagem.
Segundo o Frederico, é possível que o resultado “esteja se referindo a esta mutação c.4832G>T (p.R1611L). Esta simbologia significa que na sequência do cDNA houve uma substituição da base G (guanina) por uma T (timina) na posição 4832 que levou uma substituição de um aminoácido R (arginina) por uma L (Leucina) na posição 1611 na sequência da proteína”.
Sobre a capacidade desta proteína para causar doenças, Frederico disse: “não achei nada especificadamente sobre esta mutação, mas temos o dado de que ela foi a única a não estar presente nos pais (que não possuem a doença) e que também houve a substituição do aminoácido por outro de grupo funcional diferente. Quando isto ocorre, provavelmente podemos ter alteração na função da proteína”.
Agradeço ao Frederico a ajuda e acrescento que já foram identificadas mais de mil mutações diferentes no gene NF1 em pessoas com as mais diversas manifestações clínicas da doença.
Há muitos anos os pesquisadores vêm tentando descobrir se existe alguma relação entre o tipo de mutação encontrada e as manifestações clínicas, a gravidade, a presença ou não de tumores mais preocupantes ou as dificuldades de aprendizado.
Até recentemente, não havia qualquer relação bem estabelecida entre o tipo de mutação e as formas clínicas da doença.
No entanto, nos últimos anos descobriu-se que os 5% dos casos de NF1, aqueles mais graves, parecem estar relacionados com a perda completa do gene (chamada de deleção – ver neste blog um comentário que fiz sobre este problema).
Não me parece que o resultado que você recebeu seja uma deleção, portanto, creio que as mutações encontradas não estão relacionadas com formas mais graves da doença.