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Faleceu hoje o Paulo Roberto Ferreira Couto, pessoa estimada por todos nós, membro da Associação Mineira de Apoio às pessoas com Neurofibromatoses (AMANF) desde 2005, tendo sido nosso presidente por dois mandatos.

Entusiasmado com a AMANF, Paulo enfrentou diversas dificuldades para manter nossa associação viva, sempre solidário e prestativo, mantendo seu telefone celular à disposição de quem precisasse de orientações, encaminhamentos ou uma palavra de consolo e esperança.

Paulo participou ativamente de diversos movimentos que temos feito no sentido de darmos maior visibilidade social às neurofibromatoses, inclusive atuando regularmente por vários meses nas comissões municipais de saúde.

Paulo foi um dos construtores dos certificados de Utilidade Pública Municipal e Utilidade Pública Federal concedidos à AMANF durante sua gestão.

Seu despojamento pessoal em defesa da AMANF pode ser lembrado por um episódio: em 2013, votamos em assembleia que todo presidente da AMANF deveria receber uma quantia mensal para despesas relacionadas às atividades da Associação. No entanto, apesar de não estar em condições de dispensar aquela ajuda, Paulo se recusou a receber aquela verba, argumentando que os poucos recursos financeiros da AMANF deveriam ser destinados a outras pessoas mais necessitadas.

Nos últimos meses, e hoje desconfio que possivelmente ele já estivesse acometido pela doença, ainda subclínica, que abalaria sua saúde definitivamente, depois que Paulo transmitiu o cargo à nova presidente eleita, Maria Danúzia Ribas, ele começou a faltar às reuniões da AMANF, o que nunca fizera desde que se tornara membro efetivo em 2005.

Há alguns dias, visitei o Paulo no Hospital das Clínicas, onde ficou internado por cerca de 2 meses antes de falecer. Ele relembrou-me que perdera seu pai e sua mãe nos últimos anos e que ele acompanhara seu pai nos últimos momentos de vida. Falou-me que desejaria ter uma morte serena como fora a de seu pai. Apesar de seus temores diante do futuro, Paulo pareceu-me sereno como ele desejava estar. Espero que ele tenha conseguido descansar em paz.


Paulo vai nos fazer falta, como pessoa, como militante de nossa associação e como uma espécie de símbolo das pessoas que têm neurofibromatose, mas não se deixam vencer pela doença e se tornam maiores do que ela.