Novidades do Congresso Mundial sobre Neurofibromatoses
Começamos hoje a trazer as principais novidades do Primeiro Congresso Mundial sobre Neurofibromatoses, recentemente realizado em Paris, no qual participaram cerca de 600 pessoas de vários países, entre elas cientistas do Brasil apresentando alguns resultados de suas pesquisas.
Na foto, da esquerda para a direita, estão Nilton Alves de Rezende e Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues (Lor) (BH), Karin Soares Gonçalves Cunha e Lilian (BH), Marcio Leandro Ribeiro de Souza e Juliana Ferreira de Souza (BH), Rayana Elias Maia e Luiz Guilherme Darrigo Júnior (Ribeirão Preto) e Bruno Cezar Lage Cota (BH).
Convidei cada um deles para que envie suas impressões por escrito sobre o evento para colocarmos nesta página à medida que forem chegando.
Apresento, de início, alguns comentários sobre este evento que, do meu ponto de vista, foi um dos melhores encontros científicos sobre neurofibromatoses dos quais participei, seja pelo número de participantes, seja pela qualidade das apresentações.
Há um tipo de novidades que sempre interessam nossos leitores: algum tratamento novo foi descoberto?
Preciso lembrar que tratamentos científicos seguros raramente surgem de uma vez, de um ano para o outro, sem que a comunidade de pesquisadores saiba do seu desenvolvimento precedente. Ao contrário, os tratamentos eficazes geralmente são desenvolvidos com o esforço coletivo de dezenas ou centenas de pessoas dedicadas, que vão construindo passo a passo o caminho para a comprovação terapêutica de uma determinada droga.
Neste sentido, o congresso de Paris trouxe mais alguns resultados de pesquisas que avançaram nossa compreensão especialmente sobre os neurofibromas cutâneos e os plexiformes (NF1) e sobre os schwannomas vestibulares (NF2).
No caso dos neurofibromas cutâneos (NF1) houve muitas palestras sobre os mecanismos envolvidos no aparecimento dos neurofibromas e sobre como medir o crescimento dos neurofibromas, o que é fundamental para que possamos testar medicamentos, como estamos começando a fazer em nosso Centro de Referência na pesquisa da Dra. Sara Castro.
Quanto aos plexiformes (NF1), foi amplamente discutido um novo medicamento que ainda não está sendo comercializado, mas para o qual há uma perspectiva de que um produto que vem sendo testado seja lançado em meados do ano que vem.
No caso dos schwannomas vestibulares (NF2), o Dr. Gareth Evans declarou em sua palestra que o medicamento Bevacizumabe vem sendo cada vez mais usado na Inglaterra e aumentou a expectativa de vida das pessoas com NF2 (reduziu a mortalidade pela doença).
Além disso, discutimos amplamente os novos critérios diagnósticos para as NF e chegamos ao consenso sobre algumas modificações e continuaremos a dialogar sobre outras no próximo semestre, de tal forma que em julho ou agosto de 2019 deverá ser publicado um documento com as modificações aprovadas.
Nos próximos dias darei mais detalhes destas e de outras notícias do Congresso, como as informações sobre cetotifeno, lovastatina e outras questões importantes para nós.
Dr Lor