Temos recebido perguntas de gestantes que possuem NF e desejam saber se a COVID apresenta maior risco para elas.
Minha resposta é que a NF1, por si mesma, já constitui um risco maior de complicações na gestação. Veja outras postagens que fiz sobre o assunto: Clique aqui para ler
Além disso, infelizmente, também tenho que responder que as gestantes correm maior risco de morte pela COVID, principalmente no Brasil.
Mortes de gestantes no Brasil
O Brasil tem a maior mortalidade materna por Covid-19 do mundo!
Desde o início da pandemia são 1.978 gestantes e puérperas mortas pela COVID-19 no Brasil.
Foram 459 óbitos maternos em 2020 e 1.510 óbitos em 2021.
Algumas das causas para esta tragédia são antigas:
- A assistência de saúde inadequada para as mulheres na sua vida sexual e reprodutiva
- A baixa qualidade da assistência no pré-natal e no parto
- O excesso de intervenções desnecessárias
- A violência obstétrica
- O excesso de cesarianas sem indicação
Mas com a Covid-19, o descaso com a vida das mulheres se aprofundou: uma a cada cinco gestantes e puérperas mortas por COVID-19 não teve acesso a unidades de terapia intensiva (UTI) e 1 em cada 3 não foram sequer entubadas.
Para as mulheres negras a tragédia é ainda pior, com a mortalidade três vezes maior do que entre as brancas.
Além disso, gestantes com COVID-19 tem risco maior de parto prematuro e de morte fetal.
Atraso na vacinação
O atraso da vacinação das gestantes e a exigência absurda de prescrição médica impôs às mulheres a exclusão de acesso à única possibilidade de prevenção da morte por Covid-19.
Este é um assunto que não está recebendo a atenção adequada e não há no Brasil um esforço de qualificação da assistência ou de mobilização para a divulgação de informação correta.
Precisamos proteger nossas gestantes, melhorando seu atendimento em saúde, combatendo as fakenews e aumentando a vacinação para gestantes!
Estas informações, eu consegui com a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia.
Se você deseja saber mais
Venha participar deste esforço para salvarmos nossas gestantes venha assistir o programa “Democracia e Saúde”, do dia 14/2/2022, às 20 horas discutiremos este tema com a Dra. Melania Amorim.
Ela é professora da Universidade Federal de Campina Grande atua na área de Saúde da Mulher e da Infância, com ênfase em suas linhas de pesquisa: Medicina Baseada em Evidências, Humanização do Parto e Nascimento, Hipertensão e Gravidez, Gestação de Alto-Risco, Medicina Fetal, Mortalidade Materna, Aborto, Terapia Intensiva em Obstetrícia, Pesquisa Translacional e Cirurgia Ginecológica.
Ela participou do grupo elaborador das Diretrizes Brasileiras de Assistência ao Parto Normal e à Operação Cesariana. Fez parte do Grupo de Desenvolvimento do Guideline (GDG) para as recomendações da Organização Mundial da Saúde sobre cuidados intraparto para uma experiência de nascimento positiva.
Além disso, Dra. Melania Amorim participa de dois grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, coordenando o “Grupo de Estudos em Saúde da Mulher” (UFCG).
Ela é feminista, ativista em questões de gênero e violência contra a mulher, ativista pela humanização do parto e nascimento, defensora dos direitos reprodutivos, da autonomia feminina e da descriminalização do aborto.
O Programa “Democracia e Saúde” é uma parceria entre a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, seção Minas Gerais, e o Coletivo Alvorada.
(ative o para definir lembrete e não perder)
Abraço e até breve com novas informações.
Dr Lor